Ação

CEEE inicia ação contra os “gatos”

Região de Pelotas é a segunda que mais registra o crime, com prejuízos de R$ 24 milhões

Gabriel Huth -

A região de Pelotas é a segunda no ranking estadual de ligações irregulares de energia elétrica. A empresa tem prejuízo de R$ 200 milhões ao ano com os populares “gatos” de luz, sendo que a Regional Sul é responsável por 12% desse total, o que corresponde a R$ 24 milhões. Com esse valor que a CEEE deixa de arrecadar em Pelotas e região seria possível abastecer 17 mil clientes. A Companhia tem um plano já em execução para aumentar a fiscalização e combater o crime de roubo de energia, inafiançável, e pode resultar em até oito anos de prisão.

A CEEE investiu em softwares de monitoramento do sistema e aumentou em dez vezes sua capacidade de fiscalização. O gerente regional sul, Alexandre Madruga de Ávila, destaca que as pessoas que adulteram a marcação do consumo no medidor, puxam fio de postes e transformadores ou usam técnicas mais modernas, como radiofrequência, devem procurar a empresa para buscar sua regularização, pois a chance de serem flagradas e presas aumentou consideravelmente.

A região de Pelotas só perde para a área metropolitana de Porto Alegre em matéria de roubo de energia. As fraudes, em maior número, ocorrem em área residencial, mas o maior montante de valores que deixam de ser arrecadados está no setor comercial. Segundo Ávila, com essa perda de recursos o valor de impostos arrecadado é reduzido, o roubo piora a qualidade da energia elétrica e ainda aumenta o valor da conta de luz para todos, porque faz parte da composição tarifária da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e o valor máximo de perdas do Rio Grande do Sul está acima do percentual regulatório.

Além disso, há concorrência desleal nos estabelecimentos que oferecem preços mais competitivos por cometerem a fraude. Também existe o risco de incêndios, choques elétricos e até mortes em decorrência dessas ligações clandestinas. Os equipamentos que permitem o monitoramento a distância são invioláveis e a CEEE já tem o planejamento dos locais onde irá atacar.

A expectativa é de retorno financeiro, ou seja, de recuperar 75% dos R$ 200 milhões perdidos em nível estadual até 2021. Trata-se de um sistema integrado que mapeia dados e localidades, direcionando a força de trabalho onde há suspeita de fraude. Tanto a leitura como o corte serão feitos a distância. A maior concentração de “gatos” está em áreas de complexidade social, mas o maior volume financeiro em estabelecimentos comerciais.

O sistema vai fiscalizar ainda o faturamento e a demanda de energia do Grupo A, formado pelos grandes clientes. Uma mão de obra maior será direcionada para cuidar da fraude de energia, já que nos locais mapeados a leitura será feita por medidor colocado nos postes, cuja possibilidade de violação é zero. O projeto prevê ainda parceria com a Delegacia de Repressão ao Crime, de Porto Alegre, com mutirões em áreas onde já há conhecimento de ligações clandestinas.

Prisões
De 2016 até julho deste ano foram presas 41 pessoas na área metropolitana de Porto Alegre. Nos últimos 15 meses foram feitas 35 mil inspeções, que envolveram R$ 32 milhões.No bolo geral de perda de arrecadação, a fatia de Pelotas é de R$ 157 mil e dos 11 municípios de abrangência da Regional Sul, R$ 220 mil. A Gerência Regional Sul fiscaliza anualmente 5,7 mil unidades consumidoras e, dessas, 3.223 apresentam irregularidades na medição, entre avarias e fraudes. É possível denunciar anonimamente pelo site fezgatopagouopato.com.br

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